sábado, 21 de março de 2009

Ouça-me

O quarto estava muito escuro e mal se podia ver. Ouvia-se. Carros, buzinas, freios, vozes e, muito forte, ouvia seu coração disparado. E quase dava para ouvir sua ansiedade. Fazia muito tempo que esperava a ligação. Suavemente sua mão pousava sobre o telefone, esperando que este vibrasse, toca-se ou, de qualquer outra forma impossível, trouxesse uma notícia qualquer, ou apenas um silêncio do outro lado. Porque de tantas coisas que estava ouvindo, aquele silêncio seria o mais confortante. E foi o silêncio que horas depois se ouviu. Mas não o silêncio dos carros,nem das buzinas, muito menos das vozes. O silêncio veio de seu sono.Pousado e apertado sob sua mão, não havia mais nenhum telefone.Agora, com tanto silêncio, havia uma carta.



*além de Mila

Um comentário:

  1. Ouço. Ouço-te nesse buzinar de coraçoes batendo, nessa mesma ansia, ansia de mostrar seus textos. Fortes. Intensos. Respiraçao após respiraçao... sensibilidade aflorada. Voce é isso, Mila. parte de tudo isso. Como diz meu amigo, que venha essa "chuva de inspiraçoes"! rs. Bj grande!! Pat.

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