gentilezas

Fotografia em branco e preto. mas... e a cor do palhaço, onde está? de onde vem?? Talvez esteja numa lembrança. doce. um nariz vermelho, como se lua... ou talvez, como se avermelhando-se em cereja madura... pleno pôr do sol. Mas acho que não. A cor vem de dentro. branca, negra... vermelha. mistura de cores que brilha nos olhos.



*porque gentilezas se retribuem assim.

"Profile"

Alguém que deita na grama, olha pro céu, sonha... respira fundo... e sorri. Alguém que brinca e reclama. Que pirraça... e que sente, e que briga, sua, e canta e desafina pra caramba(!!!). E corre, e dança... come, acorda e dorme. Alguém que vai a praia e cata conchinhas, as bem pequeninas. E anda, e se queima e se molha. Mistura sorvete com agua de côco, e se lambuza toda com o vento no rosto. Mas adora!! Alguém que vê, e as vezes para. As vezes passa. Sempre olhando nos olhos. Nao quando com raiva, pq tb sente raiva, e ódio e aquela vontade de torceeeer! Mas passa. Alguém que sai com os amigos, queridos amigos, e tira fotos, ou guarda esses bons momentos apenas em lembrança e coração (melhor lugar n há!). Alguém que adora música, ouve, repete inumeras vezes, viaja... mas nem sempre compra seus cds favoritos. Que fica em casa quando dá vontade, quieta no seu canto. Alguém que prefere terra a avião, e que tem muito ainda a conhecer do mundo. Alguém que lê pouco, mas lê quando e o que gosta. Que n suporta maltrato com animais, nem injustiça. Alguém que deixou de mentir já há muitos anos, e que as vezes, ainda se engana. Alguém que erra, e erra feio, e que provavelmente ainda errará muito.(não tem jeito). Que tem orgulho, quem n tem? Mas procura com sentimentos e pedidos de desculpas, quando a culpa é sua... mesmo que leve algum tempo. Alguém que se critica, e ao mesmo tempo se aceita. Alguém que sofre mudanças diariamente, mas que permanece com sua mesma essência... e se reconhece. E sabe que não é perfeita, e que nunca vai ser. Chora e ri dos seus próprios defeitos (outra coisa q n tem jeito!!!). E espera demais das pessoas, talvez seu maior defeito. Tem medos, receios, desejos. Machuca, e se machuca. E se ilude, e se alegra, se frustra, e cura... se surpreende. E se apaixona, e se encanta... e se encanta muito. Lua, mar, cheiro de terra molhada... friozinho de chuva, brilho de sol. Brilhos nos olhos, a cada poesia.

Lê, escreve, amassa, passa borracha. Rabisca... deixa, apaga. E mais outra vez...

Alguém que nao saberia explicar tudo o que há de dentro... aqui... e bem verdade, nem em qualquer outro lugar.

Música

Não quero ser música. Eu quero viver... ser tocada, sentida num mundo real. Encantada com o canto da saliva... sons... bocas... e ao pé do ouvido, sussurros... nota surreal. Não, não quero ser música... mas como deixar parar esse batucar que vem de dentro? Como deixar parar essa canção, ritimo quente, ardente do coração? Cada suspiro... cada lembrança, batida. Sou, sou o que sou. E como querer deixar de ser esse estremecer, que me aviva por dentro a alma... que acalenta aura, carne e sentidos??! Sou música. Sempre serei. Música em forma de saudade...
e saudade em forma de música. Um samba alegre, talvez... ou talvez, seja mesmo como dizem: "Samba que é samba, é samba triste".

E sendo música, ou não...
só o que queria era uma batucada de amor em paz, nesse coração.




*Olhos_de_Venus

Rascunho...

O que eu preciso é chorar,
desaguar essa angústia de dentro
do peito.

...quem sabe, passe.



*Olhos_de_Venus

Espero

Espero que esse brilho não acabe
Que os seus olhos não vejam outra
Que nossos corações batam sincronizados
E que você perceba que sou só sua.

Dúvidas virando certezas,
Paixão virando amor...

Espero que o frio na barriga vire tempestade
E que a única forma de amar seja a nossa
Espero seu corpo nu, seus sussurros, seus desejos...
E que, assim, sejamos um só.

Espero manhãs, doces
Espero noites, enluaradas.

Espero seu colo, seu consolo
Seu beijo, anseios.

E que tudo isso se eternize....


*além de Mila

Pra nunca se apagar

E o que se esperar?

o que?

pelo o que?

Uma faísca de esperança... e continuo aqui.

Faísca que ilume. Centeia de esperança,

já e ainda acesa...

mas pelo o que?

No fundo, bem sei. coragem que falta,

e na verdade... nem tao o que falta. Outra presença.

Mudar um pouco de vida, necessidade de ganhar a vida.

ganhar o mundo. ganhar sossego. ganhar a paz...

Sossegar esse peito. Coraçao que alarda mil faiscas de esperanças.

Coraçao que alarda mil olhares, em todos os sentidos, a procura de um.

Sentidos e sensações em mil pedaços. E pedacinhos agora de nada...

porque nao adianta ter a coragem pra falar...

E tentar... tentar mudar de vida. tentar ganhar sossego.

a paz no peito... se ja outra presença é a que falta.

E se quer saber, nem se quer saber...
"- Mera diversão. mera diversão."

Mas...

continuo esperando...

esperando por aquilo o que talvez ainda nao saiba explicar com palavras.

...e lá, novamente, se acende uma centeia de esperança.

Quase... quase apagada, mas ainda acesa

a esperar por outros e bons ventos.

SEMPRE.

*Olhos_de_Venus

Onde andará?

Hoje caminhei por dentro de mim em busca de meu coração. Não achei. "Socorro, alguém me dê um coração"


*além de Mila

Uma triste escolha

"Coisas tristes são tão bonitas". Falou isso e continuou andando.E fui vendo seu pé duro e descalço na areia.E parecia tão mais velha e tão mais triste. E fui sendo triste também.Falei de coisas tristes e passei a fazer só coisas tristes. Ligava e reclamava que andava só, que estava cansada, desanimada, e que achava que não tinha mais "porquês". Mas eu sabia que era mentira.Talvez ela também soubesse que era mentira.Mas isso nunca me contou.
Passei a usar remédios para depressão. Saíamos e comprávamos coisas para casa. Coisas pequenas e tristes.E tudo que tínhamos de melhor e mais valioso para dividir era a nossa tristeza.Mas, para minha surpresa, uma felicidade aconteceu em nossas vidas, ou melhor, na dela. Sim, recebeu a notícia de que ia ser mãe. "Mãe solteira,triste não?" E antes o que eram duas, agora eram três coisas tristes.Uma tão triste que nem não ser triste podia escolher. Era seu destino, assim como a nossa escolha.


*além de Mila

Ouça-me

O quarto estava muito escuro e mal se podia ver. Ouvia-se. Carros, buzinas, freios, vozes e, muito forte, ouvia seu coração disparado. E quase dava para ouvir sua ansiedade. Fazia muito tempo que esperava a ligação. Suavemente sua mão pousava sobre o telefone, esperando que este vibrasse, toca-se ou, de qualquer outra forma impossível, trouxesse uma notícia qualquer, ou apenas um silêncio do outro lado. Porque de tantas coisas que estava ouvindo, aquele silêncio seria o mais confortante. E foi o silêncio que horas depois se ouviu. Mas não o silêncio dos carros,nem das buzinas, muito menos das vozes. O silêncio veio de seu sono.Pousado e apertado sob sua mão, não havia mais nenhum telefone.Agora, com tanto silêncio, havia uma carta.



*além de Mila

Poesia.

Medo, expor, alma... minha alma.

E por que sempre é necessário uma "introdução"?! por que a tudo se deve obedecer um "Início, Meio e Fim"??! Que encruzilhada...! queria aqui escrever um poema, uma poesia apenas. talvez uma ou duas linhas. E que ja, assim, seria!! Durante todo o meu passado escrevi, mas nem sempre segui um padrao. Respirei essa angustia viciante, mas embebida de um estranho prazer. Não por ser angustia, não por ser vício , mas pelo prazer. E prazer nem tao por escrever. mas talvez por fazer disso um esmiuçar de sentimentos. Tentar enteder... tentar me entender, e entendendo-me, espremer-me até o meu ultimo sabor de gota sentida. E entao, o prazer... as vezes doce, as vezes amargo, e nem sempre claro e límpido. E ja agora, à uma hora dessas, suponho ja estarmos em meio ao meio de todas essas palavras. Palavras cheias de significados e lembranças e sentimentos e sinais, e sinais, e sinais e sinais.... vários sims, mas que parecem não dizer nada. ou talvez de tão nada, um não, pondo fim à encruzilhada. E olha só, novamente, escrevendo a crase. Vicios do passado que nem se usam mais... mas... o que isso tem a ver? Sei lá, sou eu que ja nem sei. e nem me sei. e nao entendo. e na verdade, nao sei se quero buscar ainda entender, entender o que talvez ja esteja bem claro, até, e apenas eu não enxergue. E já nem mais importa inicio, meio e fim.

E o medo continua. E o frio na barriga... e a alma, minha ainda, também.


*Olhos_de_Venus