segunda-feira, 30 de março de 2009

Onde andará?

Hoje caminhei por dentro de mim em busca de meu coração. Não achei. "Socorro, alguém me dê um coração"


*além de Mila

sexta-feira, 27 de março de 2009

Uma triste escolha

"Coisas tristes são tão bonitas". Falou isso e continuou andando.E fui vendo seu pé duro e descalço na areia.E parecia tão mais velha e tão mais triste. E fui sendo triste também.Falei de coisas tristes e passei a fazer só coisas tristes. Ligava e reclamava que andava só, que estava cansada, desanimada, e que achava que não tinha mais "porquês". Mas eu sabia que era mentira.Talvez ela também soubesse que era mentira.Mas isso nunca me contou.
Passei a usar remédios para depressão. Saíamos e comprávamos coisas para casa. Coisas pequenas e tristes.E tudo que tínhamos de melhor e mais valioso para dividir era a nossa tristeza.Mas, para minha surpresa, uma felicidade aconteceu em nossas vidas, ou melhor, na dela. Sim, recebeu a notícia de que ia ser mãe. "Mãe solteira,triste não?" E antes o que eram duas, agora eram três coisas tristes.Uma tão triste que nem não ser triste podia escolher. Era seu destino, assim como a nossa escolha.


*além de Mila

sábado, 21 de março de 2009

Ouça-me

O quarto estava muito escuro e mal se podia ver. Ouvia-se. Carros, buzinas, freios, vozes e, muito forte, ouvia seu coração disparado. E quase dava para ouvir sua ansiedade. Fazia muito tempo que esperava a ligação. Suavemente sua mão pousava sobre o telefone, esperando que este vibrasse, toca-se ou, de qualquer outra forma impossível, trouxesse uma notícia qualquer, ou apenas um silêncio do outro lado. Porque de tantas coisas que estava ouvindo, aquele silêncio seria o mais confortante. E foi o silêncio que horas depois se ouviu. Mas não o silêncio dos carros,nem das buzinas, muito menos das vozes. O silêncio veio de seu sono.Pousado e apertado sob sua mão, não havia mais nenhum telefone.Agora, com tanto silêncio, havia uma carta.



*além de Mila

segunda-feira, 2 de março de 2009

Poesia.


Medo, expor, alma... minha alma.

E por que sempre é necessário uma "introdução"?! por que a tudo se deve obedecer um "Início, Meio e Fim"??! Que encruzilhada...! queria aqui escrever um poema, uma poesia apenas. talvez uma ou duas linhas. E que ja, assim, seria!! Durante todo o meu passado escrevi, mas nem sempre segui um padrao. Respirei essa angustia viciante, mas embebida de um estranho prazer. Não por ser angustia, não por ser vício , mas pelo prazer. E prazer nem tao por escrever. mas talvez por fazer disso um esmiuçar de sentimentos. Tentar enteder... tentar me entender, e entendendo-me, espremer-me até o meu ultimo sabor de gota sentida. E entao, o prazer... as vezes doce, as vezes amargo, e nem sempre claro e límpido. E ja agora, à uma hora dessas, suponho ja estarmos em meio ao meio de todas essas palavras. Palavras cheias de significados e lembranças e sentimentos e sinais, e sinais, e sinais e sinais.... vários sims, mas que parecem não dizer nada. ou talvez de tão nada, um não, pondo fim à encruzilhada. E olha só, novamente, escrevendo a crase. Vicios do passado que nem se usam mais... mas... o que isso tem a ver? Sei lá, sou eu que ja nem sei. e nem me sei. e nao entendo. e na verdade, nao sei se quero buscar ainda entender, entender o que talvez ja esteja bem claro, até, e apenas eu não enxergue. E já nem mais importa inicio, meio e fim.

E o medo continua. E o frio na barriga... e a alma, minha ainda, também.


*Olhos_de_Venus